Por: Jorge Vieira – Jornalista
A abertura da Copa do Mundo de futebol
finalmente chegou! O Brasil respira futebol o ano todo, desde as chamadas
peladas realizadas à noite e em final de semana às disputas de várzeas, do campeonato
estadual e ao brasileiro, passando pelo torneio latino americano e pelo mundial
de clubes. Imagina o comportamento da população com a Copa do Mundo acontecendo
aqui, onde estão as melhores seleções do planeta com os seus maiores craques
desfilando nas arenas! Os dados parciais já apontam que mais de 80% dos
ingressos foram adquiridos por brasileiros.
E porque a chamada grande mídia tem procurado
a todo custo desqualificar a Copa, enfocando os problemas sociais históricos
brasileiros, como a violência, a falta de assistência nas áreas de saúde,
educação, emprego e baixa no crescimento econômico?! A mesma mídia que, de
repente, a toque de mágica, que nas últimas três décadas pisou, destruiu e
desqualificou a importância e o papel do Estado, está justificando que essas
demandas eram de competência do mercado.
Para entender a questão, remete-se para a
atual conjuntura política e econômica dos Brasil. Ao sair de mais de duas
décadas de ditadura militar, a elite econômica e política brasileira,
eternamente subserviente ao capital financeiro internacional, governou o país
atendendo aos interesses da especulação financeira, ao mesmo tempo em que
aprofundava os índices de miséria da maioria da população.
Com a crise do neoliberalismo, modelo
instalado pelas principais economias capitalistas do mundo, do paraíso
anunciado restou o inferno. As grandes economias aplicaram paliativos para se
protegerem momentaneamente, enquanto que as economias dos países periféricos
caírem em derrocada, provocando alto índice inflacionário, desemprego em massa,
miséria absoluta, corrupção, conflitos sociais e desestruturação políticas dos
estados nacionais.
O que ocorria com grandes potências mundiais,
repercutia em proporção maior nas economias emergentes. O caso da Argentina é
exemplar, depois de ter aplicado a cartilha neoliberal, em apenas dois anos
mudou cinco presidentes da República, provocando o caos social, político e
depressivo na maioria da população.
E com o Brasil não foi diferente. Ao final do
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com as suas políticas
neoliberais, o Estado encontrava-se sucateado, com alto índice inflacionário, a
miséria campeando o campo e cidade, o desemprego a todo vapor e a balança
comercial em queda vertiginosa.
Com a eleição do presidente Lula em 2002, o
cenário da economia brasileira mudou, resgatando a esperança da maioria da
população com a perspectiva de reestruturar o Estado, a implantação de
políticas públicas de geração de emprego e renda, a assistência em educação,
saúde, moradia, transporte e segurança pública.
Neste novo cenário, as movimentações sociais
de junho de 2013 para cá, observa-se positivamente que as demandas
reivindicativas mudaram, ao invés da falta de políticas públicas, ouve-se o
grito por melhoria qualitativa na prestação dos serviços públicos.
De plantão, a mídia imediatamente
criminalizou as manifestações! Logo depois, percebendo a possibilidade de
utilização política contra esse novo modelo de gestão pública, prontamente
passou a se postar como protagonista e defensora da cidadania e dos direitos
sociais, visando as eleições 2014. Mesmo assim, com o oportunismo político e
eleitoreiro costumeiro, rendeu-se às movimentações futebolísticas frente ao
envolvimento popular brasileiro! Quiçá o Brasil seja campeão!!!
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